¹ Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
² Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
³ Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.
⁴ Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.
⁵ Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.
⁶ Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.
Salmos 1:1-6
Este salmo não é uma poesia bonita. É um espelho espiritual. Você é árvore ou palha? Você está meditando na verdade, ou se acomodando na roda dos zombadores? A fé cristã não é um adorno de domingo. É um chamado para viver com raiz, justiça, silêncio e coragem.
Hoje o nosso convite é simples — mas radical: em qual caminho você está caminhando? O Salmo 1, que abre o Livro dos Salmos, não faz isso por acaso. Ele é o portal da sabedoria espiritual, a fronteira entre uma vida com sentido… e uma vida levada pelo vento.
Esse salmo não começa com uma oração. Ele começa com uma escolha.
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios…”
Desde as primeiras palavras, somos colocados diante de dois caminhos. O caminho do justo e o caminho do ímpio. Mas o que esses caminhos significam nos dias de hoje, nesse mundo agitado, saturado de vozes, distrações e opiniões?
“Não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.”
Perceba o progresso sutil aqui:
- Primeiro você ouve o conselho do mundo — dos que vivem sem amor, sem justiça, sem temor.
- Depois você para no mesmo caminho — começa a concordar, normalizar.
- E então você se senta — e passa a viver como se aquilo fosse natural.
Meus irmãos, o perigo nem sempre é declarado. O mundo moderno não nos convida ao erro com violência — mas com entretenimento, normalização e indiferença.
Vivemos rodeados por “conselhos de ímpios” todos os dias:
– “Você tem que pensar só em você.”
– “Espiritualidade é perda de tempo.”
– “Não existe verdade. Só opinião.”
Mas o homem bem-aventurado é aquele que resiste a essa corrente.
“Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.”
Note a palavra: prazer. O salmista não diz “obrigação”. Nem “dever”. Ele fala de um coração apaixonado pela verdade. De alguém que ama o que é justo, o que é puro, o que é eterno.
No mundo atual, onde tudo é descartável — amores, promessas, pessoas — esse texto nos convida à profundidade. A vida com Deus não é superficial. Ela exige raiz, silêncio, escuta, meditação.
Quantas vezes buscamos Deus só nos momentos difíceis?
Mas o homem justo medita de dia e de noite. Ou seja: Deus se torna o seu ar, o seu eixo, sua orientação constante.
“Será como árvore plantada junto a ribeiros de águas…”
Você já viu uma árvore forte? Uma daquelas que o vento sopra, e ela não cai? É assim o justo. Ele pode até balançar, mas não quebra. Ele dá fruto. Não no tempo do mundo — mas no seu tempo certo. Vivemos dias em que todos querem resultado imediato. Mas o salmista nos ensina: fruto bom não nasce apressado. E mais: “Suas folhas não cairão.” Isso é promessa de permanência. Deus sustenta quem está enraizado Nele.
“Não são assim os ímpios… são como a palha que o vento espalha.”
Aqui está a tragédia da vida sem propósito. Sem raiz. A pessoa sem Deus pode parecer livre, moderna, até influente… Mas o salmista nos revela: ela não permanece. Ela não é árvore. É palha. É levada pelo que é moda, pelo que “está dando certo agora”. Na linguagem de hoje, o ímpio é o ego inflado e a alma vazia. É o perfil cheio de curtidas e o coração sem paz.
“O Senhor conhece o caminho dos justos…”
Conhecer aqui é mais que saber. É amar, proteger, acompanhar. Deus não apenas vê onde andamos. Ele caminha conosco. Mas o caminho dos ímpios perece. Porque fora de Deus, tudo o que temos é ilusão de permanência.
Dia 1
