Salmo 13
1. Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?
2. Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?
3. Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos para que eu não durma o sono da morte;
4. para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários não se alegrem, em sendo eu abalado.
5. Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração se regozija na tua salvação.
6. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.
Até quando Senhor se esconderás de mim?
Em seu cerne, o Salmo 13 é uma jornada visceral da alma, um retrato cru da experiência humana diante do sofrimento e do aparente silêncio divino. Não se trata apenas de uma prece, mas de uma dramática narrativa em miniatura, dividida em três atos distintos.
nicialmente, o salmista nos arrasta para um abismo de desespero. Suas quatro perguntas desesperadas – “Até quando?” – ecoam o clamor de todos aqueles que se sentem esquecidos, abandonados e oprimidos. É o grito de quem tem a certeza de que a dor se prolonga, que a noite é infinita e que o inimigo, de alguma forma, triunfou. Aqui, o salmo não oferece respostas fáceis; ele nos dá permissão para lamentar sem reservas.
Contudo, a grande reviravolta acontece no segundo ato. Em uma mudança abrupta e poderosa, o salmista se volta para a ação: ele decide pedir. A súplica por luz e resposta é um ato de fé radical, que se recusa a aceitar a derrota. É a transição de um coração que questiona para um coração que, apesar de tudo, ainda confia.
Por fim, a canção culmina em um ato de louvor inesperado. Sem que a situação externa mude de imediato, o salmista se ancora na memória da bondade de Deus e na certeza de Sua fidelidade. A tristeza se dissolve em confiança, e a lamentação se transforma em hino. O Salmo 13 nos ensina que o lamento não é o fim da história, mas o prelúdio para um cântico de esperança. Ele não nos dá a promessa de que a dor desaparecerá, mas a certeza de que a confiança em Deus é o único refúgio seguro para a alma em meio à tempestade.
É, portanto, um prefácio à vida de fé autêntica: uma vida que lida com a realidade da dor, mas que se recusa a ser definida por ela.
Como seria o Salmo 13 em forma de canção:
Ó Senhor, até quando me esquecerás? Para sempre?
Até quando esconderás de mim o teu rosto, em meu sofrimento?
Por quanto tempo estarei em agonia, com o coração partido,
e a tristeza me envolverá a cada amanhecer?
Até quando o meu inimigo, ó Deus, triunfará sobre mim?
Olha para mim, responde-me, Senhor, meu Deus e minha força!
Faz brilhar sobre mim a tua luz, o teu sol da salvação,
para que a escuridão da morte não me venha roubar a alma,
para que o meu inimigo não se glorie, dizendo: “Eu o derrotei!”
CORO
Mas eu confio na tua graça inabalável, na tua fidelidade!
Meu coração, que chorou, agora salta de alegria na tua promessa!
Porque tu, Senhor, me salvaste, tu me libertaste!
Cantarei ao teu nome, Senhor, cantarei ao teu nome!
Sim, cantarei ao Senhor, porque ele me tratou com bondade!
Sua mão poderosa me sustentou, sua misericórdia me alcançou.
Em meu lamento, ele me ouviu; em minha dor, ele me consolou.
A tempestade acalmou, a noite passou, e a alegria chegou com a manhã.
CORO
Eu confio na tua graça inabalável, na tua fidelidade!
Meu coração, que chorou, agora salta de alegria na tua promessa!
Porque tu, Senhor, me salvaste, tu me libertaste!
Cantarei ao teu nome, Senhor, cantarei ao teu nome!
Dia 13
